9 de jul. de 2011

Taguatinga, memória e identidade | poesia de Chico Simões e Chico de Assis publicada na edição nº 1

Memória em mim é um rio
História desse lugar
Mata virgem, barro branco
Gente que vinha pescar
Escorregar no barranco
Tomar seu banho e brincar.

Igual às muitas cidades
Aldeia já fui também
Tawá Tingá foi meu nome
Batismo que quero bem
E conto aqui minha história
De fatos que a vida tem.

Há mais de cinquenta anos
Plantaram um sonho verdade
No altiplano central
Uma bonita cidade
Se fez de um Plano Piloto
Brasília realidade.

Acontece que nem toda
Gente por lá se valia
Foi crescendo sem parar
A enorme periferia
Abrigando todo mundo
Que no Plano não cabia.

Foi Taguatinga ocupada
Por candangos pioneiros
Que da noite para o dia
Dos últimos foram os primeiros
Lutando por seus direitos
Como valentes guerreiros.

E aqui um pé de guerra
Formou-se com grande ardor
Governo mandou polícia
Para expulsar morador
Mas não se vence quem luta
Por direito com fervor.


E dando a volta por cima
Taguatinga foi em frente
Através de muita luta
De um povo forte e valente
Qu'aos poucos a transformou
Numa cidade decente.

Sua miscigenação
Com pessoas do nordeste,
Do centro oeste, do norte,
Do sul, também do sudeste
Deu o seu tom de cidade
Elegante e inconteste.

Caminhões de pau de arara
Chegavam a todo instante
Trazendo novos candangos
Para acordar o gigante
Brasil que estava dormindo
Mas acordou nesse instante.

Artistas aqui te cantam
Repentistas, forrozeiros,
Cantores, atores, mímicos,
Circenses, mamulengueiros,
Escritores e outros mais:
Novatos e pioneiros.

Esse balaio de gente
Em Taguatinga é normal
Que faz em gêneros e raças
Miscelânia cultural
A cidade mais gostosa
Do distrito federal.

Com festa vamos louvar
Essa memória de luta
Mas a luta é pela paz
De uma cidade batuta
A capital do planalto
Taguatinga absoluta.

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