9 de jul. de 2011

Os sete sonhos do povo de Carlos Augusto Cacá - publicado na edição nº 0

Depois de fazer o mundo
E deixar tudo arrumado,
Deus teve um sono profundo.
Dia sete, descansado,
Inventou sete pecados,
Todos sete capitais.
Mandou pra sete jornais,
Sete Tvs, sete rádios,
Espalhou em sete estádios,
Pra fazer medo aos mortais.

Sete dias da semana,
As sete culpas nos ares.
De terras interioranas,
percorreram sete mares.
Sete ondas cavalares
pelos sete continentes.
Sete quedas de aguardente
Quebraram sete espelhos.
Sete Evas, de joelhos,
Beijavam sete serpentes.

Sete fantasmas da fome
Arrastam sete correntes.
Sete crianças doentes,
Nascidas sem sobrenome,
Há sete dias não comem.
Sete mães cantam lamentos
Todo dia, noite a dentro.
Sete vozes afinadas
Cantando desesperadas
Sete dores de rebentos.

Sete cores do arco-íris
Pintam o sete de novo.
São sete sonhos do povo
Da nossa terra brasilis:
Ter sete filhos felizes,
Todos serem estudantes,
Fazer amigos e amantes,
Ter mais festa e mais justiça,
Produzir pra quem precisa,
Governar os governantes.

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