9 de jul. de 2011

Dentada de Satã | poesia de Donne Pitalurgh publicada na edição nº 1

Ouvia cantar o galo
Quase às três da manhã
O galo cantava louco
Só minha certeza era sã
De trazer galos na boca
De ser uma cachorra louca
Gemendo para satã


Mas o galo que cantava
Pouco sabia de mim
Não via que eu era cego
Nem de minh'alma o cetim
Dizia que eu marcava touca
Berrava com sua voz rouca
Prenunciando o meu fim


Do galo cortei a espora
Que roçava na manhã
Pouco importando se o dia
Sofria de febre terçã
É que a visão tão pouca
Me deixou gosto na boca
Das dentadas de satã.

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